Diversas discussões recentes, bem como a minha própria atividade atual de mestrando, têm me suscitado uma dúvida sobre a qual, quanto mais penso, menos consigo vislumbrar uma resposta. E a dúvida é simples: por que queremos saber o que um filósofo do passado realmente pensou ou disse?
Quero limar da consideração o interesse puramente histórico, atendo-me ao interesse filosófico de se ler, reler, estudar e esquadrinhar, digamos, os textos de Aristóteles à procura do sentido preciso de suas palavras. O interesse histórico basta por si mesmo: interessa ler e esquadrinhar Aristóteles porque ele deixou textos e quero entender o que eles diziam. Poderia igualmente me dedicar ao estudo minucioso das inscrições nos banheiros públicos de Pompeia (área que, com efeito, tem seus especialistas).